Medicina
Gordura no fígado pode ser reduzida com exercícios físicos, diz estudo
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A presença de gordura no fígado está associada ao aumento do risco de desenvolver doenças hepáticas, metabólicas e até mesmo complicações cardiovasculares. Algo que acontece, geralmente, por um desbalanço entre o consumo e o gasto de energia, provocando um armazenamento exagerado de gordura no organismo. No entanto, esse é um problema que pode ser evitado com a prática de exercícios físicos regulares.
Foi o que demonstrou um estudo recentemente publicado pela revista científica Molecular Metabolism. De acordo com os pesquisadores a prática regular de exercícios físicos pode reduzir a presença de gordura no fígado e, consequentemente, o desenvolvimento de complicações e doenças relacionadas à condição.
“O estudo demonstrou que o estímulo das mitocôndrias isoladas do órgão, que ocorre por meio dos exercícios físicos, é especialmente benéfico para reduzir o armazenamento de gordura no fígado, o que diminui os riscos de doenças hepáticas”, explica a médica nutróloga Dra. Marcella Garcez, professora e diretora da Associação Brasileira de Nutrologia (ABRAN).
Segundo a especialista, as mitocôndrias possuem um papel fundamental para o bom funcionamento do organismo. Portanto, a prática de exercícios físicos com regularidade, além de reduzir o nível de gordura do fígado, pode proporcionar diversos outros benefícios para a saúde do corpo.
“O trabalho mostra quais adaptações moleculares, em particular das mitocôndrias hepáticas, podem ser observadas neste processo. As mitocôndrias são consideradas o pulmão das células. A sua tarefa é disponibilizar energia para a célula, o que ocorre por meio da respiração celular. Este é um processo metabólico no qual a energia é obtida a partir da glicose e outras substâncias orgânicas, por reações químicas que resultam em trifosfato de adenosina, ou ATP. Esta é a molécula de energia mais importante do corpo. As mitocôndrias são, portanto, também consideradas as usinas de energia da célula”, explica a médica.
O estudo, até o momento, foi realizado apenas em animais. No entanto, as descobertas são animadoras e ressaltam ainda mais a importância da atividade física e, sobretudo, da adoção de um estilo de vida saudável para a saúde do organismo.
“Os resultados mostraram que o treinamento físico regulou importantes enzimas de degradação de glicose e frutose no fígado, bem como melhorou o metabolismo mitocondrial. Desta forma, a carga de substrato para a respiração mitocondrial e a síntese de lipídios pode ser reduzida. Como consequência, menos gordura é armazenada no fígado – e lipídios específicos são reduzidos”, explica a médica nutróloga.
“O consumo de uma dieta diversificada e equilibrada, com folhas, frutas e vegetais, carboidratos fibrosos, proteínas magras e gorduras de boa qualidade, associados ao exercício físico e ao tratamento prescrito pelo médico, promoverá um melhor controle e metabolismo das gorduras no fígado”, finaliza a Dra. Garcez.
Terra.com.br